Todos temos a necessidade de estarmos inseridos em um meio social. E ser aceito em determinado meio, significa que estamos de acordo com os padrões exigidos por esse para que se possa pertecenter a ele.
Geralmente as exigências para se entrar num grupo são muito altas. E essas exigências sempre causam conflitos em nós porque começamos a comparar aquilo que é exigido pelo grupo com aquilo que percebemos em nós, o que gera muitas criticas, geralmente destrutivas como:
"Todo mundo na minha classe é melhor do que eu. Tenho mais espinhas, o maior nariz, a boca mais torta e o pé mais desengonçado do pedaço! Sou baixa demais! Estou quatro quilos acima do peso ideal! Que vexame, não sei nadar! Sou um grosso, jogar bola não é comigo! Ninguém ri das piadas que eu conto, sou absolutamente sem graça... "
Também pode acontecer o contrário. Pode ser que você seja “uma pessoa linda, bela voz, ótimo falar, olhar envolvente, raciocínio rápido, possui grande conhecimento cultural, enfim, tem muitas coisas pelas quais a maioria das pessoas se apaixonam facilmente”.
"Todo mundo na minha classe é melhor do que eu. Tenho mais espinhas, o maior nariz, a boca mais torta e o pé mais desengonçado do pedaço! Sou baixa demais! Estou quatro quilos acima do peso ideal! Que vexame, não sei nadar! Sou um grosso, jogar bola não é comigo! Ninguém ri das piadas que eu conto, sou absolutamente sem graça... "
Também pode acontecer o contrário. Pode ser que você seja “uma pessoa linda, bela voz, ótimo falar, olhar envolvente, raciocínio rápido, possui grande conhecimento cultural, enfim, tem muitas coisas pelas quais a maioria das pessoas se apaixonam facilmente”.
Por termos muitas qualidades, pode acontecer que desprezemos as outras pessoas por elas não terem as mesmas qualidades que temos e excluir elas do nosso meio de convívio. E isso é tão ruim quanto permanecer fora de um grupo, já que somos os causadores da infelicidade de alguém.
O que devemos perceber é que todas essas visões que temos de nós, sejam boas ou más, na maior parte das vezes são construídas mediante a comparação daquilo que vemos nos outros, com aquilo que achamos que somos. E essa comparação é sempre exterior.
Digo exterior porque somente olhamos para aquilo que o grupo “tem” e “faz” e comparamos com aquilo que “temos” e “fazemos”. E “ter” e “fazer” são como um espelho que reflete aquilo que somos. Mas o que vemos no espelho é somente o reflexo de quem sou, e não o meu “eu” verdadeiro. “O espelho de palavras e atos manifestam apenas uma parte do meu ser”.
É por isso que tudo aquilo que fazemos geralmente denuncia aquilo que pensamos sobre o mundo e sobre nós mesmos. Principalmente sobre nós mesmos. O problema é que nem sempre somos sinceros conosco porque precisamos estar de acordo com os padrões estabelecidos. E grande parte das vezes não estamos em acordo com os padrões exigidos pela sociedade. E isso faz com que sejamos meros desconhecidos. E para que nos tornemos conhecidos, é preciso que algo aconteça. Essa é a palavra chave: “acontecer”!
Geralmente para "acontecer" algo, acreditamos que temos que ter ou fazer algo. E isso não é errado. Para que algo aconteça necessariamente precisamos "ter" ou "fazer" algo. É aí que se encontra o problema. Porque geralmente "temos" ou "fazemos" algo que não está de acordo com aquilo que somos. É o que chamamos de máscaras. Máscara porque ela esconde quem está por detrás dela. E muitas máscaras exigem um esforço muito grande para poder encena-la. Essa encenação sustenta uma auto-exigência tão forte, que faz surgir uma desvalorização sobre si, “pois a cobrança é muito grande com o ter, fazer e acontecer”.
Por isso, gostaria de propor um caminho diferente. Ao invés de nos preocuparmos se o que "temos" e "fazemos" está de acordo com o grupo, proponho que o nosso "ter" e "fazer" estejam de acordo com o nosso ser. Ao invés de olharmos para fora, vamos fazer o caminho para dentro. Mas quero advertir: é tão difícil andar para dentro quanto é para fora.
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