22.2.08
qualquer maneira de amor valerá
amar
qualquer maneira
valerá
qualquer sofrer
toda falta
valerá
a dor

amar
valerá.

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Paula e Bebeto
música: Milton Nascimento e Caetano Veloso
intérprete: Milton Nascimento
Albúm: Minas


ê vida que amor brincadeira, à vera
eles amaram de qualquer maneira, à vera
qualquer forma de amor vale a pena
qualquer maneira de amor vale amar

pena que pena que coisa bonita, diga
qual a palavra que nunca foi dita, diga
qualquer maneira de amor vale aquela
qualquer maneira de amor vale amar
qualquer maneira de amor vale a pena
qualquer maneira de amor valerá

eles partiram por outros assuntos, muitos
mas no meu canto estarão sempre juntos, muito
qualquer maneira que eu cante êsse canto
qualquer maneira me vale cantar

eles se amam de qualquer maneira, à vera
eles se amam é pra vida inteira, à vera
qualquer maneira de amor vale o canto
qualquer maneira me vale cantar
qualquer maneira de amor vale aquela
qualquer maneira de amor valerá

pena que pena que coisa bonita, diga
qual a palavra que nunca foi dita, diga
qualquer maneira de amor vale o canto
qualquer maneira me vale cantar
qualquer maneira de amor vale aquela
qualquer maneira de amor valerá

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19.2.08
da vida que nasce da morte
A flor
desabrochou

tadinho
do botão

(Marília)

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posted by rafael at 16:13 | Permalink | 2 teste tua chave
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13.2.08
das perdas


Quando acaba, recomeça?


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Diga "não te amo"
que aceito, ainda de mal grado;

Mas não diga "não me ame"

pois não suporto amor guardado.

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posted by rafael at 20:29 | Permalink | 8 teste tua chave
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1.2.08
clube do coma: "do confinamento das gentes"
Vigésimo quarto inverno de uma primaveril vida e primeira vez que se esqueceu na janela. A visitara muitas vezes para convidar a luz e o frescor do ar para adentrar naquilo erroneamente chamado de lar. Digo erroneamente porque descobrira aquilo ser o local do confinamento das gentes. Mas pela primeira vez quedara-se na janela, vendo que o lar das gentes está num de seus maiores temores: no infinito do horizonte.

Dera conta do inverno quando a primeira lufa gélida do vento rasgou sua pele. Dera conta do seu inverno quando o ar dos pulmões exalado pela boca rachada não branqueou como ocorre no encontro do quente com o frio. Percebeu a primavera artificial na qual vivera durante os vinte e quatro invernos desconhecidos, inverno confinado dentro de si, assim como até então havia permanecido no local do confinamento das gentes, longe do horizonte infinito. Descobriu o infinito horizonte de si, e temeu - reconheceu seu verdadeiro lar.

Da lufa cortante e do horizonte temeroso desviara o olhar, já perdido na infinitude de si e do mundo. Saíra do confinamento das gentes no qual encontrara-se sempre achado. Foi quando achado que descobrira-se no confinamento. No olhar perdido no infinito do horizonte de si e do mundo, revelou-se o verdadeiro local de sua morada: na falta. Entendeu porque se sentira confinado quando feliz – a felicidade é estar na presença do desejado, é o fim do desejo. Sua infinitude estava na dor, na ausência do desejado, na eterna permanência do desejo.

No vigésimo quarto inverno de uma vida nunca primaveril, encontrou seu lar na inexistência dele, na ausência de um lugar para posar seus olhos, na presença do cortante vento gélido do qual se deseja sempre sair, na dor da infelicidade para nunca se encontrar confinado. Para além da janela encontrou seu lar, no horizonte infinito, na presença da ausência. Seu lar estava na falta – na sofrega presença do desejo.

Descobrira-se no vigésimo quarto inverno, na contemplação pela janela do temeroso horizonte e na permanência da falta.

(Falta: a tua ausência presente)
 
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