30.12.06
paraíso
Praia, sol, brisa, rede e um bom livro...
Existe melhor descrição?

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posted by rafael at 20:12 | Permalink | 0 teste tua chave
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25.12.06
sorrisos sinceros e satisfeitos
aconteceram tantas vezes que considero ser tradição na minha família a reunião de natal na casa da minha avó, em Joinville. Apesar de cada ano estar mais difícil juntar todos os familiares, pelo fato das crianças (e eu me incluo entre elas) estarem crescendo e saindo de casa, ainda assim fazemos o esforço para estarmos juntos no natal.

A sala. Esse é o lugar principal. 24 de dezembro, a noite, depois do jantar, estavam lá as crianças reunidas naquela que chamavamos de "sala de natal": uma sala grande, onde ficava o pinheirinho com suas luzes e na qual só entravamos na noite de natal. Era uma sala mágica!!! Sempre fechada, o local menos frequentado da casa e o mais repleto de um mistério indescritível.

As crianças. A casa ficava repleta delas. Somos em 7 primos no total, e durante o dia era aquela muvuca. Um pouco na tv, outro tanto no video-game, alguns dormindo, e todos na piscina. A noite os colchões se espalhavam pela casa, e em dias animados o sono demorava a chegar. Na noite do dia 24 eram elas as mais ansiosas e contentes. Os sorrisos mais sinceros e satisfeitos provinham delas, e eram elas o centro das atenções.

A sala. As crianças cresceram, e hoje elas tem entre 15 e 23 anos. A sala continua lá, com alguns móveis novos, com novos mistérios, e outra magia, mas com acesso irrestrito a todos. Eu não a chamo mais de "sala de natal", mas "sala do tesouro", pois ali encontram-se os discos de meu pai, tio e tias. Material que descreve a infância e juventude deles. Tem sido ali lugar das conversas mais interessantes com a minha avó, ao som de Roberto Carlos e discos de 78 rotações de músicas clássicas do meu falecido avô.

As crianças. Ontem aconteceu a tradicional troca de presentes. E os sorrisos sinceros e satifeitos novamente apareceram. Mas foi diferente, pois os sorrisos estavam nos adultos. Isso porque estavamos ouvindo os discos da infância e juventude deles. A cada disco uma história, um sentimento, uma lembrança, um significado. Sorrisos, vários sorrisos, sinceros e satisfeitos.

Acho que foi a primeira vez que entendi o tal espírito de natal. A festa cristã celebra o nascimento de uma criança, nascida para salvar o mundo. E quem sabe esse não seja o grande mistério que encerra a beleza da vida: deixar nascer a cada dia a criança de sorrisos sinceros e satisfeitos escondida em nossas salas de natal em meio a discos e lembranças.

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posted by rafael at 11:21 | Permalink | 3 teste tua chave
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21.12.06
quero ser um idiota
Estava eu conversando com um amigo sobre as dificuldades da vida amorosa, não as de manter uma, mas as de iniciar alguma. E numa dada altura da conversa, ele me dizia estar sentindo-se um "idiota" após ter tomado uma determinada atitude com fins de manifestar o seu sentimento para a menina.

"Idiota". Disse para ele ser normal tal sensação quando resolvemos declarar nossos sentimentos para alguém. E não falei isso apenas tentando consolá-lo. De fato, quando estamos apaixonados, agimos como completos idiotas.

"Idiota". Por que somos chamados assim quando estamos amando? Pelo de fato de agirmos como crianças ao não pensar racionalmente e ser movido apenas pelo impulso de demonstrar nosso afeto? Porque colocamos em cada objeto e momentos, gestos e palavras, um significado especial? Porque a vida passa a ser feita de momentos especiais e não mais uma monotonia insuportável? Por conseguir elogiar mais, cantar mais, perceber mais, sorrir mais?

"Idiota" sim, porque quem ama coloca em risco a pseudo-segurança em que pensamos viver quando nos isolamos de tudo e todos, coloca em risco o nosso senso de auto-suficiência, coloca em risco aquilo que entendemos como liberdade. Por tudo isso é melhor considerar quem ama desse modo, pois quando rebaixamos algo ou alguém, a ameaça trazida também parece menor.

"Idiota". Justamente por estar fora dos padrões, por ter outras preocupações, outras motivações, outro sentido de ver e viver a vida. Por isso é incompreendido, rechaçado, piegas, ultrapassado.... é solitário como todos aqueles que amam e não são amados.

"Idiota". Pudera eu assim ser chamado. Mas é preciso ser corajoso para isso, pois é preferível levantar uma couraça defensiva ao invés de desarmar-se e revelar como somos ingênuos e infantis tal qual os idiotas que amam.

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posted by rafael at 20:38 | Permalink | 5 teste tua chave
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20.12.06
mais testes
Estou testando mais coisas no blog.

Você irá notar que inseri dois novos espaços. "O que estou..." no qual indico o livro que estou lendo, a banda que estou ouvindo mais seguidamente, o programa ou filme ou qualquer coisa do gênero que estou assistindo, e o que estou tentando estudar.

Também coloquei logo abaixo dos "links" um sessão chamada "Mural de Recados", pois, percebo que muitas pessoas tem dificuldade em deixar comentários nos posts, e com o mural pretendo fazer com o blog se torne mais participativo.

Gostaria de relembrar o problema desse template. Quando visto no Internet Explorer, os textos aparecem bem abaixo, o que não ocorre quando acessado com o Mozilla Firefox. Ainda estou tentando resolver esse problema, por isso peço a sua consideração. Se eu não conseguir sanar o referido, voltarei com o antigo template.
 
posted by rafael at 00:41 | Permalink | 1 teste tua chave
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16.12.06
por que a revolta?
Milhares de blogueiros devem estar manifestando sua revolta e indignação com o mais recente episódio escrito pelos comediantes da Câmara Federal e Senado. De certo modo estou contente por isso, pois demonstra que ainda, vejam bem "ainda", não achamos essas piadas tão engraçadas.

Também fiquei revoltado e indignado com nossos excelentíssimos senhores e senhoras representantes de nossos interesses, eleitos pela nossa democrática eleição (sinceramente, quero saber quem inventou a história que engana a todos do voto como símbolo da democracia e exercício de cidadania). Mas fiquei revoltado logo quando soube da notícia, porque realmente aumentar o salário em 90,7% - ou dito em números reais: R$12.700,00 para R$24.600,00 -, é algo que deixa qualquer um chocado (mesmo aqueles que recebem esse aumento, mas daí é um choque de alegria, hehe).

Depois de algum tempo pensando sobre a dita "revolta" e "indignação" de alguns indíviduos, digo alguns porque a maior parte de população nem sabe o que está acontecendo, percebi que os excelentíssimos senhores e senhoras estão fazendo muito bem o seu papel de representantes dos interesses dos cidadãos.

Cá entre nós: quem não gostaria de aumentar o seu salário em 90,7%? Quem de nós não gostaria de receber o maior salário pago pelo menor tempo de serviço? Por favor, deixemos meus caros revoltados de ser hipócritas, e vejamos que eles estão, e muito bem, cumprindo o seu papel de representar nossos interesses. Pois, certamente, se vós tivesseis o mesmo poder, duvido que irias titubear nessa decisão.

Estou revoltado mais com os revoltados do que com os tais excelentíssimos senhores e senhoras. Esses que se dizem revoltados não passam de elaboradores de discursos e vazios em práticas. Tais pessoas não se diferem em nada dos excelentíssimos senhores e senhoras, pois como esses, vivem de discursos e na prática pensam somente em seus interesses.

Fiquei me perguntando o porque da revolta. E cheguei a duas conclusões:
1) estão revoltados com os excelentíssimos senhores e senhoras porque ao compararem os salários, os revoltados sentem inveja de não estar no mesmo lugar dos excelentíssimos;
2) estão revoltados com os excelentíssimos senhores e senhoras porque não podem fazer com seus salários o mesmo que fizeram os excelentíssimos - e diga-se de passagem, esses o fizeram com muito direito.

Claro que em meio aos revoltados, assim como teve entre os excelentíssimos senhores e senhoras, há as raríssimas pessoas revoltadas por causas nobres. Digo aquela que me parece a mais nobre de todas: estar revoltado porque um sálario de 24.600,00 poderia sustentar 250 famílias que sobrevivem com o absurdo valor de R$ 95,00 do bolsa família.

Resumindo: acho que esses revoltados estão assim porque não estão no lugar dos excelentíssimos senhores e senhoras representantes nossos. Se não fosse assim, deixariam de papagair e começariam a agir. Contudo, como eles pensam somente em si, sabem que suas conquistas deverão ser partilhadas como todos aqueles que lutaram. E partilhar é o que ninguém quer.

E quanto aos nossos excelentíssimos senhores e senhoras representantes, acho sim que eles estão cumprindo muito bem o seu papel: representam a humanidade dita sapiens, de uma forma que revela com ela realmente é: demens

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posted by rafael at 20:22 | Permalink | 0 teste tua chave
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15.12.06
teste
Estou testando esse novo template. Contudo já identifiquei um problema que não consegui corrigir. Quando aberto no Mozila Firefox, fica tudo bonitinho. Mas quando aberto pelo Internet Explorer, o texto aparece na parte de baixo do blog. Como disse, não consegui corrigir.

Gostaria que você deixasse sua opinião sobre esse novo template, e também alguma dica para eu poder corrigir esse erro. Vou deixar apenas algum tempo. Se eu perceber que a maior parte dos leitores utiliza o Explorer, retornarei ao antigo template. Certo?
rafael
 
posted by rafael at 01:14 | Permalink | 2 teste tua chave
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14.12.06
refletir é admirar
Tem vezes que me dá um branco, e fico completamente sem idéias. Antes essa situação me deixava deprimido, pois eu sentia-me obrigado a escrever. Contudo, depois de começar a refletir sobre o porque eu ainda escrevo, ficar sem idéias não é mais um fardo, mas sim, um momento no qual estou no aguardo de algo novo para admirar.

Para Karl Jaspers, o filósofo assume três atitudes básicas quando se dedica a tarefa do filosofar: 1) a admiração: quando ele toma consciência de sua própria ignorância; 2) a dúvida: a exigência da busca de outros conhecimentos além dos seus; 3) a insatisfação moral: decorrente da consciência sobre a nossa fraqueza e finitude.

Todas essas atitudes surgem do nosso confronto com as questões colocadas pela realidade, levando-nos a buscar a compreensão e a sabedoria frente a essas questões. O espírito filosófico, enquanto amante da sabedoria, tem em si dois momentos que, a princípio, parecem excludentes: a melancolia, que se caracteriza pela solidão e introspecção; a admiração, que é determinada pela abertura e recepção ao real. E eu acho que o nosso grande problema é perceber o real.

O primeiro contato com a realidade nos coloca as questões a serem resolvidas pelo resto de nossas vidas, e pode ser chamada de admiração ingênua. Mas a realidade percebida nem sempre é boa, e a admiração também pode se transformar numa atitude antiadmirativa, o pessimismo. O pessimista é aquele que não sente admiração porque não quer, ou porque não pode.

O pessimismo pode se desdobrar no pessimismo da inteligência na qual interpretamos a realidade de forma ingênua, buscando neutraliza-la, não encontrando sentido algum no real, e deixando-se levar pela ausência de reflexão; e ainda no pessimismo da sensibilidade que experimenta a realidade como um mal, manifestando um comportamento apático e conformista.

Enquanto o pessimismo se caracteriza principalmente por um comportamento egocêntrico, a admiração ingênua apresenta-se como afirmação, um lançar-se para pensar sobre a vida. É a abertura para a realidade anulando a distância entre querer e conhecer, reconhecendo o diferente como diferente. É na admiração também que tomamos consciência de que somos separados daquilo nos cerca, orientados para as coisas que está fora de nós, ao mesmo tempo em que somos tragados para dentro de nós, experimentando o mundo como o diferente de si e em si mesmo.

Mas não se devemos confundir a admiração com o pasmo ou com a surpresa. O primeiro é identificado como uma confusão diante do real, na qual perdemos a si próprio. Confundimo-nos com o real e não distanciamo-nos dele. O segundo, a surpresa, suprimi toda indistinção e indecisão característica do pasmo, mas não traz consigo o elemento da reflexão.

Enfim, ter idéias para escrever, ou para qualquer outra coisa, exige o esforço de refletir sobre o mundo a nossa volta. Contudo, reflexão não é sinônimo de títulos acadêmicos, vasto número de leituras e um grande conhecimento. Reflexão é sim sinônimo de estar admirado pela vida a nossa volta e deixar-se embriagar pelos seus mistérios e beleza.

Se fosse para usar uma metáfora, eu diria que admiração é aquela paixão de adolescência que consome toda nossa imaginação, sentimentos e até mesmo a razão, deixando-nos cativos a pessoa amada e levando-nos a ter várias idéias a respeito dela....

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posted by rafael at 01:37 | Permalink | 0 teste tua chave
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7.12.06
é a verdade mais pura, eu não consigo amar
A música a seguir, cantada pelo Titãs, sempre mexeu comigo e não sabia o porque...
Insensível
Até parece loucura, não sei explicar
É a verdade mais pura, eu não consigo amar
Meu bem me desculpe, não quis te ferir
Mas a dizer a verdade é melhor que mentir

Insensível, insensível você diz
Impossível fazer você feliz

As vezes você esquece o que eu finjo esquecer
Mas pra mim é difícil, não consigo enteder
Entre outras pessoas é tão natural
Porque será que comigo não pode ser igual

Insensível, insensível você diz
Impossível fazer você feliz


Não fui eu, não você quem escolheu
Viver nesse mundo tão frio
As vezes você esquece
Que eu finjo esquecer

... até o último mês, e principalmente até o dia de hoje 07/12/2006.

Tenho extrema dificuldade em demonstrar afeto, apesar de ser uma pessoa extremamente sensível. Tenho extrema dificuldade em cultivar amizades, mesmo sendo totalmente dependente delas. Amo as pessoas muito mais do que eu, apesar de viver sempre confinado a mim mesmo.

Em novembro recebi um telefonema de uma grande amiga do passado, que, ao nos separarmos, nunca mais tomei a iniciativa de encontra-lá.

No início de dezembro, um endereço estranho apareceu no meu messenger, e era um grande amigo de quatro anos atrás, que até mantive contato por um tempo, mas após um período de silêncio, não tomei iniciativa de reestabelecer contato. A partir disso, passaram-se três anos.

Hoje, posso ter colocado fim numa amizade de quatro anos. E pelo mesmo motivo anterior: não manifestei meu carinho e amor por ela. E sei que, se a iniciativa não partir dela, será mais uma grande amizade por mim perdida, com certeza uma das melhores que já tive, e que a maior falta irá fazer.

Mas se eu sei disso, porque não reverto a situação? Até parece loucura, não sei explicar. É a verdade mais pura, eu não consigo amar. Quando falo amar é no sentido em que já escrevi aqui e aqui. Mas infelizmente esse amor é apenas palavra sem sentido na minha vida.

Se não tentei mudar? Claro que tentei, e tento a cada vez que vejo história se repetir. Mas pra mim é difícil, não consigo enteder. Entre outras pessoas é tão natural. Porque será que comigo não pode ser igual.

Isso parece uma escapatória mediocre e é o mesmo que dizer "o destino quis assim", ou então "eu nasci assim mesmo". Mas eu sei o quanto sofro e não me conformo em assim ser. E se é culpa do destino d'eu ser assim, então eu odeio esse destino que me torna infeliz.

Contudo, a história se repete sempre. Não fui eu, não você quem escolheu viver nesse mundo tão frio. As vezes você esquece que eu finjo esquecer. E sou grato àqueles que esquecem essa minha amizade apenas discursiva, cheia de palavras sem sentido, pois esse esquecimento por parte de vocês faz com que eu também esqueça por um momento essa minha triste sina.

E sou grato também a vocês, meus sempre amigos, que tentaram me acompanhar, mas muito justamente afastaram-se de mim por cansarem de doar-se e não receber na mesma medida. Não os culpo, muito pelo contrário, louvo-os e tenho-os como exemplo de verdadeiro amor.

Agora estou chorando. Mas acho que não adianta dizer isso aqui, pois mais uma vez não passará de palavras

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posted by rafael at 21:44 | Permalink | 3 teste tua chave
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