25.4.08
porque pra sempre, sempre acaba

não há mais verdades

fim de blog

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posted by rafael at 13:17 | Permalink | 10 teste tua chave
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24.4.08
da certeza de ser

qualquer

um

qual-quer?





algum?

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posted by rafael at 15:09 | Permalink | 2 teste tua chave
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11.4.08
sob a luz da lua

Indo ao quarto e um clarão através da janela. Lua alva num céu negramente límpido. Largado, peso morto debruçado por sobre um vão de janela que fica para contemplar a beleza indizível de fora quando meus desejos de dentro colocam a tua presença.

Pensamentos in[porque não quis]evitavelmente deixados em você. Tê-la em braços e lua desnuda por libidos olhares. Desejos da luz clarear tua face. Marcas de traços em sombras e linhas claras do contorno do teu rosto. Lua espelhada nos teus olhos, reflexo nos meus. Quereres de contemplar o corpo em nú vestido da branca luz.

Você sobre peito e olhos sob a lua. Desgosto de abrir-los para com gosto beijar-te a comissura labial. Esquecer de lembrar tudo, violado por sabor da tua boca, afogar em salivas e escravizado na língua. Achado perdido em abraços, gozar o sopro da vida nos suspiros.

Teu corpo nú, pálido como lua, luz em densa leve noite. Querença de posse em fogo na paixão; minúcias do corpo em pressa de ficar para sempre em descoberta - você em perfumes e gostos. Com beijos e línguas úmidas, réu de prazeres por ser vítima de desejos.

Quis te amar sob a luz da lua, e, num clarão através da janela, debruçado, largado peso morto num vão que fica, ia ao quarto, quando meus desejos de fora me colocaram dentro da tua presença.

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posted by rafael at 10:15 | Permalink | 6 teste tua chave
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10.4.08
desventuras de um lógico acaso

De desventuras em desventuras, a vida parece seguir a lógica do acaso.

O que fazer?

Seguir o acaso lógico da vida e fazer das desventuras aquilo que realmente vale a pena ser vivido.

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posted by rafael at 13:30 | Permalink | 2 teste tua chave
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9.4.08
dos erros necessários
Bondade tua achar meu blog muito bom! Ele anda meio bagunçado, sem rumo. Estou fazendo novas experiências literárias e buscando novas reflexões. Estou num momento de profundas mudanças, muitas rupturas, poucos acertos e cometendo consciente e propositalmente alguns erros. Tenho tido a impressão de que o erro é uma necessidade, mais ou menos como a heresia: sem ela a teologia não se desenvolveria.

E por falar em heresia, o que você anda pensando hein! rs. Você sabe que adoro pensamentos pouco ortodoxos (ultimamente tenho adorado os "nada" ortodoxos) e ainda mais quando eles vem com um "que" de petulância; são esses pensamentos que nos derrubam e nos levam para mais perto da Palavra, essa sim completamente heterodoxa, pois não se conforma a pensamento humano algum.


confissões em trecho de email.

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posted by rafael at 11:35 | Permalink | 3 teste tua chave
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4.4.08
primeiro amor - beckett (I)
Epitáfio:
"Aqui jaz quem daqui tanto escapou
Que só agora não escape mais"

"Mas aos vinte e cinco anos ele ainda está sujeito à ereção, o homem moderno, fisicamente também, de vez em quando, é o quinhão de cada um, nem eu estava imune, se é que aquilo pode ser chamado de ereção. Ela percebeu, naturalmente, as mulheres farejam um falo no ar a mais de dez quilômetros e se perguntam, Como é que aquele ali me descobriu? Não somos mais nós mesmos, nessas condições, e é penoso não ser mais você mesmo, ainda mais penoso do que sê-lo, apesar do que dizem. Pois quando o somos, sabemos o que temos que fazer para sê-lo menos, ao passo que quando não o somos mais somos qualquer um, não há mais como nos apagar. O que se chama amor é o exílio, com um cartão-postal da terra natal de vez em quando, foi esse meu sentimento naquela noite."

"É incrível como as pessoas repetem o que acabamos de lhes dizer, como se corressem o risco de ir para a fogueira ao acreditar em seus próprios ouvidos. Disse para ela vir de vez em quando. Eu conhecia mal as mulheres, naquela época. Ainda as conheço mal, aliás. Os homens também. Os animais também. O que conheço menos mal são minhas dores. Penso nelas todas, todos os dias, é rápido, o pensamento vai tão depressa, mas elas não vêm todas do pensamento. Sim, há momentos, principalmente à tarde, em que me sinto sincretista, à maneira de Reinhold. Que equilíbrio. Aliás, conheço mal também minhas dores. Isso deve ser porque não sou apenas dor. Aí está a astúcia. Então me afasto, até o espanto, até a admiração, como de um outro planeta. Raramente, mas é o bastante. Nada cretina, a vida. Ser apenas dor, como simplificaria as coisas! Ser todo-dolente! Mas isso seria concorrência, e desleal. Eu lhes contaria assim mesmo, um dia, se me lembrar, e tomara que consiga, minhas estranhas dores, em detalhes, e distiguindo-as bem, para maior clareza. Falarei das dores do entendimento, as do coração ou afetivas, as da alma (muito simpáticas, as da alma), e depois as do corpo, primeiro as internas ou ocultas, depois as da superfície, começando pelos cabelos e descendo metodicamente e sem pressa até os pés, abrigo dos calos, cãibras, joanetes, unhas encravadas, frieiras, pés-de-atleta e outras esquisitices. E àqueles que forem gentis o bastante para me escutar contarei na mesma ocasião, de acordo com um sistema cujo autor não me recordo, os instantes que, sem estar drogado, nem bêbado, nem em êxtase, não se sente nada."

Samuel Beckett. Primeiro Amor. Cosac Naify, 2004.

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posted by rafael at 09:00 | Permalink | 2 teste tua chave
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3.4.08
do corpo reescrito
escrevo muito;

pouco.
falta
você.

[meu] conforto.


descrevo pouco.
muito
reconforto.


perma[usê]ncia:


re-d-escrevo
tudo.
desconforto
você.

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posted by rafael at 09:05 | Permalink | 6 teste tua chave
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2.4.08
da completude
te amo
como quem nada quer
pois tenho tudo
querendo-te
amar.

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posted by rafael at 11:40 | Permalink | 4 teste tua chave
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