5.2.07
justificativa
Não faço poesia só para agradar
Na verdade é meu modo de brincar
Ou melhor, é meu jeito de tagarelar
Numa forma que não seja a de reclamar

Ah. Que digo eu. No mais das vezes faço poesia porque choro
Choro, choro, choro, que me demoro
E só paro quando em cima de cada palavra eu oro
Pedindo pro pai do céu um consolo, um pouco de colo.

Marcadores:

 
posted by rafael at 14:21 | Permalink |


1 Comments:


At 10 fevereiro, 2007 02:28, Blogger rafael

Sei que é um pecado isso que vou fazer, pois na verdade, meu texto deveria estar aqui e o da Cecília Meireles lá em cima. Mas não posso deixar de diálogar com ela. Ela sabe que o texto dela aqui, sublima o meu lá em cima.

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
(Cecília Meireles)

 


|