Quarta-feira a noite e domingo a tarde são momentos sagrados para mim, porque é o horário dedicado ao futebol por parte de todos os canais de televisão. Assisto a qualquer jogo nacional; não sou muito fã do futebol internacional. E quando o jogo passado na tv não me atraí, recorro ao rádio; isso quando ambos não estão ligados juntos.
Todavia, ultimamente tenho perdido o tesão em assitir os jogos. Principalmente em vê-los na televisão. E isso se dá por dois motivos.
Primeiro porque o meu time está uma droga. Tanto que nem me considero mais palmeirense; prefiro dizer que sou simpatizante do time do Parque Antártica. Não digo isso num tom nostalgico, por comparar as mediocres equipes formuladas nos ultimos quatro anos em relação aquelas equipes dos sonhos de 1993 à 1999, formadas graças a parceria com a Parmalat e os magistrais Wanderley Luxemburgo e Luís Felipe Scolari orquestrando os times. Digo olhando para os vergonhosos resultados dos últimos anos.
E fico mais chateado ainda ao ver que essa mediocridade ultrapassa aquela pela qual o futebol brasileiro vem passando. Para um time estar abaixo da péssima média do futebol nacional, os dirigentes precisam fazer um esforço muito grande para mal administrar os clubes.
Por isso, sinto mais tesão e adrenalina torcendo pela derrota do Corinthians do que pela vitória do Palmeiras, e fico mais feliz com a primeira do que com a segunda. E é assim que me defino ultimamente: sou mais anti-corinthians que palmeirense.
O segundo motivo pela minha falta de tesão são as transmissões televisionadas. As imagens até que são boas e se não fosse o ambiente contagiante do estádio, da divertida muvuca da torcida, até diria que vale mais a pena acompanhar o jogo pela tv ao ir até o campo.
Todavia o que desanima assistir os jogos pela televisão são os narradores. Até um tempo atrás eu achava que somente o Galvão Bueno era ruím. Mas com a minha recente migração para outras emissoras noto uma imensa ausência de bons narradores, comentaristas e repórteres. Eles fazem quase tudo; só falta acompanharem o jogo. E o que mais me irrita são aqueles momentos de silêncio, suspenso apenas quando acontece algo em campo que obriga o balbuciar de alguém ou quando aparecem os anuncios comerciais. E quando esses últimos não aparecem, os comentaristas comentam a programação da emissora. Afff....
Toda essa minha reclamação vem acompanhada da minha raiva por mais uma derrota do Palmeiras. Porém eu acho que esse sentimento poderia ser menor se eu tivesse acompanhado o jogo pelo rádio. É bem verdade: os radialistas exageram. Mas pelo menos eles narram e me fazem pensar que vale a pena dedicar umas três horas por semana, sentir emoção ao acompanhar uma partida, e imaginar que o futebol nacional continua sendo o famoso bom e mágico futebol brasileiro.
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