6.2.07
interpretações... nem eu sei o que significa
A seguir, publico um e-mail resposta a uma leitora que escreveu perguntando se a interpretação dela sobre o meu texto "amo-te" estava correta. O texto só não está tão fiel pelo fato de eu ter feito algumas correções gramaticais. Mais a resposta aparece na integra.

Valeu por achar bonito o post, mas sabe, depois que eu escrevi fiquei tão inseguro. Mas muitas pessoas tem comentado e gostado.

Bom, é complicado comentar uma interpretação de seu próprio texto. Ainda mais para mim que sou adepto a teoria de que o texto tem vida própria e fala o que quer, quando quer, e para quem quer. Não vou dizer se a sua interpretação está correta ou não; o que posso dizer apenas é aquilo que meu coração enviou para minha cabeça quando fui escrever.

Já lhe disse que estou testando novas maneiras de escrever, e ultimamente tenho tentado trabalhar com as sensações; tipo, narrar de forma que a pessoa veja a imagem, sinta-se dentro do texto. Tenho tentado escrever de forma que o texto não atinja apenas os olhos e a cabeça do leitor, mas que alcance a totalidade de suas sensações. Se eu consigo isso, eu não sei, hehehe.

Mas quando eu escrevi essa "poesia", eu estava pensando no amor entre duas pessoas (aí entram até os homossexuais), e nem me passou a idéia do lado espiritual em específico (não que eu o negligencie, mas na hora nem pensei nisso). Procurei expressar a contradição desse amor, a falta de lógica presente nele, a finitude e infinitude presente no mesmo instante.

Na minha cabeça eu não estava comparando o amor romântico com o espiritual. Antes disso, eu tentei mostrar como os dois estão presentes ao mesmo tempo: o romântico sempre limitado pelo tempo, espaço e sentimento do outro; o espiritual como algo que nos fazer transcender a nós mesmos e a própria limitação do tempo, espaço e sentimento do outro. Por isso a imagem do mar: olhamos a finitude do mar objetivamente, mas ao mesmo tempo transcendemos a isso ao nos depararmos com o horizonte infinito. A idéia da metáfora: analiticamente fechada numa definição; subjetivamente muitas mensagens e sentidos.

E acho que o amor entre pessoas está sempre perdido nesse meio. Por isso o trecho final dizendo que quando amamos, esperamos e desejamos a infinitude presente no finito, mas nos perdemos por um momento quando vemos que junto da esperança desse infinito há sempre a barreira da finitude. Contudo isso não nos faz desistir pois é somente na esperança de encontrar o infinito no finito que nos entendemos como seres amantes.

Sei lá, pode ter sido isso que eu quis dizer. Mas na verdade, eu acho que essa resposta que tentei dar foi mais uma dentre tantas divagações, na minha constante busca do que seja amar....

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