Para explicar as coisas do amor, nada melhor do que as teorias poetico-científicas encontrada nas palavras dos poetas e romanticos, conhecedores da vida não por meio de métodos e fórmulas, mas de sentimentos oriundos do corpo e da alma.
Durante essa semana, enquanto lia "Como água para chocolate" de Laura Estivel, já levado as telas de cinema por Alfonso Arau, encontrei uma passagem para mim mui esclarecedora sobre a tal "quimica" que rola quando nos apaixonamos por alguém.
Eis a explicação dada a personagem Tita, pela personagem, o médico John Brown.
Durante essa semana, enquanto lia "Como água para chocolate" de Laura Estivel, já levado as telas de cinema por Alfonso Arau, encontrei uma passagem para mim mui esclarecedora sobre a tal "quimica" que rola quando nos apaixonamos por alguém.
Eis a explicação dada a personagem Tita, pela personagem, o médico John Brown.
Como vê, todos nós temos em nosso interior os elementos necessários para produzir fósforo. E além disso, deixe-me dizer-lhe algo que nunca confiei a ninguém. Minha avó tinha uma teoria muito interessante: dizia que ainda que nasçamos com uma caixa de fósforos em nosso interior, não podemos acendê-los sozinhos porque necessitamos, como no experimento, do oxigênio e da ajuda de uma vela. Só que nesse caso, o oxigênio tem de provir, por exemplo, do alento da pessoa amada. A vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia, palavra ou som que faça disparar o detonador e assim acender um dos fósforos. Por um momento nos sentimos deslumbrados por uma intensa emoção. Se produzirá em nosso interior um agradável calor que irá desaparecendo pouco a pouco conforme passe o tempo, até que venha uma nova explosão a reaviva-lá. Cada pessoa tem de descobrir quais são seus detonadores para poder viver, pois a combustão que se produz ao acender-se um deles é o que nutre de energia a alma. Em outras palavras, esta combustão é seu alimento. Se uma pessoa não descobre a tempo quais são seus próprios detonadores, a caixa de fósforos se umedece e já não podemos acender um só fósforo. Se isso chegar a acontecer, a alma foge de nosso corpo, caminha errante pelas trevas mais profundas tentando em vão encontrar alimento por si mesma, ignorando que só o corpo que deixou inerme, cheio de frio, é o único que podia lhe dar isso.
Claro que também deve tomar muito cuidado em ir acendendo os fósforos um por um. Porque, se por uma emoção muito forte, chegam a se acender todos de uma só vez produzem um resplendor tão forte que ilumina mais do que podemos ver normalmente, e então diante de nossos olhos aparece um túnel esplendoroso que nos mostra o caminho que esquecemos no momento de nascer e que nos chama a reecontrar nossa perdida origem divina. A alma deseja reintegrar-se ao lugar de onde provém, deixando o corpo inerte... Desde que minha avó morreu tentei demonstrar cientificamente esta teoria. Talvez um dia eu consiga. O que acha disso?
(Laura Estivel. Como água para chocolate. Record)
(Laura Estivel. Como água para chocolate. Record)
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