Não podemos nos culpar por algumas amizades não mais cultivadas e pensarmos que isso seja consequência da nossa falta de afeto simplesmente. A vida é feita de histórias individuais onde cada qual escreve um diferente roteiro. Em algum momento mudamos e também nossos amigos e amigas. Por vezes, essas mudanças aproximam ainda mais. Porém, bem sabemos que elas mais distanciam, pois não mudamos da mesma forma e para a mesma direção. Tenho muitas amizades que hoje encontram-se apenas nas lembranças, mas nem por isso deixam de ser amizades e pertecentes a um passado irrecuperável. A verdade é outra: essas amizades ainda são presentes justamente por nos acompanharem ainda hoje em forma de lembranças e por ser responsáveis por quem somos nesse exato segundo e em todos àqueles porvir.
Por isso, antes do nos culparmos ou pensarmos que temos problemas para demonstrar afetividade, vale a pena o esforço de amar. E o que seria amar? Ao meu ver é viver de tal modo que sejamos sempre presente na vida das pessoas, mesmo ficando no seu passado. É marcar elas de modo que sintam a necessidade de ser afetiva com as demais pessoas. Somente perdemos amizades quando a mágoa preenche o espaço infinito que separa o "eu" do "tu". Mas enquanto esse espaço continuar desocupado, sempre há a chance de nele ser construida uma amizade que não se perde no tempo, pois quando existe amor, tudo é presente.
E as sementes de uma amizade sincera está plantada entre nós.
E-mail em resposta a uma querida leitora que compartilhou de si num comentário ao texto "É a verdade mais pura, eu não consigo amar".
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